sexta-feira, 27 de junho de 2008

Vivendo a vida que sempre quis

E a vida segue, feliz, o Bobo não quer saber de nada, só de Leda.
Continua falando com Aba e Ubaldo, mas seu contato com o Malabarista se tornou muito pouco, quase nenhum.
Até que um dia, Leda diz que precisa comprar algumas coisas que a feira do reino do Bobo não fornecia, e se dirigiu ao outro reino. Assim, por estar sozinho, o Bobo começou a pensar em tudo que passara pela sua vida durante esses últimos meses.
E seu pensamento parou no Malabarista, o que será que ele estaria fazendo a essa hora? Será que ele sentia falta do Bobo? Essa falta, que o Bobo só percebera agora que estava sozinho, seus amigos tinham sumido.
Ele havia afastado a todos, amigos que ele lutara tanto pra ter e perdera tão facilmente.
Uma lágrima começou a rolar do seu rosto. Ele a limpou rapidamente, antes que alguém visse, e saiu correndo atrás a procura do Malabarista.
Chegando no circo, uma surpresa...

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O instinto

"O tempo não pára e espera, Ele passa e desespera!"
Essa frase, dita por Aba num dos momentos em que o Bobo desgrudou de Leda, ficou martelando a sua cabeça. Será que ele devia seguir seu instinto e dizer a Ela tudo que ele sentia? Será que valeria a pena ou seria mais uma decepção na sua vida?
Preferia deixar o tempo passar mais um pouco, e ver oque acontecia.
Foi se encontrar com ela, sem demonstrar oque estava sentindo, mas ao se aproximar dela, um frio tomou conta do seu corpo, o cheiro dos lírios entrou pelo seu nariz e fez seu coração bater mais forte. "É ela!", pensou o Bobo. Ela é a pessoa que ele quer ter ao lado durante o resto da sua vida.
Enquanto ela fala, ele não escuta. Só pensa em um jeito de dizer isso a ela.
"Foi engraçado hoje, quando o palhaço subiu no elefan..."
Sem esperar, enquanto contava o acontecimento engraçado que ocorrera no Picadeiro, Leda teve seus lábios beijados pelo Bobo pela primeira vez. Uma sensação de euforia tomou conta de ambos seus corpos, turbilhões de hormônios vibravam com a situação, em dois corpos aparentemente frágeis.
Ao terminar o beijo, os olhos se abriram e olharam fixos um para o outro, um olhar confidente.
"Obrigado por existir!", disse o Bobo.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Vivendo uma mentira

E a vida segue, e, cada vez mais, o Bobo passa mais e mais tempo ao lado de Leda, a palhaça.
E continua fingindo ser seu amigo, companheiro e confidente. Segue vivendo essa mentira, segue de maneira insolente. Segue fazendo o Malabarista sofrer pela falta dos amigos que perdera.
Porém, conforme o tempo passa, o Bobo não faz mais isso pela vingança, e sim, porque a presença da palhaça ao seu lado é necessária. Ele passa mal se não a encontrar durante o dia e não sonhar com ela a noite. Seu coração de pedra virou esponja, que ao comprimida pela saudade, faz cair lágrimas dos seus olhos.
Espetáculo após espetáculo, aplausos após aplausos, a amizade entre os dois vai crescendo. O Bobo não se importa que o Malabarista tenha ido embora procurar outro circo, nem que Aba e Ubaldo apareçam apenas esporadicamente, o que lhe importa é estar ao lado de Leda. E nada mais.
Ela, também, parece não se importar com a vida passando ao seu lado, apresenta seus shows olhando para o Bobo, como se o mundo girasse ao redor dele, enquanto, em câmera lenta, o tempo passa.

terça-feira, 3 de junho de 2008

A vingança


Sem ouvir os conselhos de Aba, a cabeça fantasma que ele conhecera a algum tempo, o Bobo pensava num plano para se vingar do Malabarista.
Mas o que poderia ser pior como castigo?
"Claro! - uma idéia brotou na sua cabeça - ele vai sentir o mesmo que eu senti!"
O plano do Bobo era conseguir uma pessoa para substituir o seu antigo amigo.
Mas estava difícil, ninguém parecia interessado em ser amigo do Bobo. Numa situação complicada, Ele não sabia mais o que fazer, exceto sentar e chorar.
Enquanto lágrimas corriam pelo seu rosto, Ele, ainda de cabeça baixa, viu um pequeno par de pés com sapatilhas coloridas parar bem a sua frente, enquanto um leve aroma de lírios tomava conta do ar.
Ao levantar a cabeça, percebera que quem se encontrava a sua frente era a Palhacinha, causadora de tanta discórdia.
"O que houve? - perguntou ela - você está com algum problema?"
Agora, um sorriso estava estampado no rosto do bobo, seu plano sairia melhor que a encomenda. Porque não roubar a amiga do Malabarista?
"Eu preciso ter alguém ao meu lado", disse o Bobo.
A palhaça sorriu, sem saber o mal que abrigava o coração do Bobo naquele momento.