quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A missa e o aniversário

Sete dias se passam..
E a missa de sétimo dia da morte de Leda, é triste. Nunca na história do reino se vira tantos palhaços chorando..já é dificil ver um chorando.
O padre fala alguma palavras bonitas, mas elas entram por um ouvido do Bobo e saem pelo outro. Nesses sete dias, só palavras duram chegam a ser captadas pelos seus timpanos, parece que nada mais na vida interessa para ele. Aba também está presente, flutuando sobre a cabeça dos convidados, e parecia ser a pessoa mais abalada pelo acontecimento, junto com o Bobo.
E por uma coincidência maldita, a morte de Leda ocorreu exatamente 7 dias antes do aniversário do Bobo..e nesse dia, ele não pensava em comemorar, nem esboçara um sorriso, pois o presente que queria nunca poderia lhe ser dado: a volta de Leda ao mundo dos mortais.

domingo, 14 de setembro de 2008

...de Anúbis

O bobo marcou um encontro com Leda, ele havia tudo planejado. Eles jantariam no melhor restaurante da vila, e depois ele daria o colar de presente a ela.
E enfim ela chegou, um pouco atrasada é verdade. E o bobo ao olhar pra ela, sentiu a mesma coisa que sentia todas as vezes. Um friozinho na barriga. As borboletas no estômago, desde as primeiras vezes que a vira, elas estavam ali, e pareciam não querer ir embora.
Se cumprimentaram com um beijo e foram jantar. Após um jantar delicioso, que ele só conseguira pagar por ter pego algum dinheiro emprestado de Abimeleque, eles e dirigiram a saída do restaurante, e ao chegarem a rua, o bobo a segurou pelos ombros e disse que tinha um presente pra dá-la.
Os olhos de Leda brilharam ao ver o presente, ela não se conteve e caiu em lágrimas. E eles se beijaram, ao gosto salgado das lágrimas de Leda.
Então, ela disse a ele que esquecera seu cachecol no restaurante. Prontamente, o bobo foi buscá-lo.
De repente, ele ouviu um grito..
Quando voltou correndo, Leda estava no chão, muito sangue estava espalhado na calçada. Uma adaga estava junto ao corpo dela, enquanto, ao longe, via-se um garoto correndo com uma corrente de prata, com uma pedra brilhante na ponta.
Ao se abaixar para falar com Leda, ela só sorriu e disse:
- Obrigado por todo o tempo que passamos juntos..eu te amo!
O olhos do Bobo se encheram de lágrimas..olhou nos olhos dela, e disse:
-Dorme minha pequena, não vale a pena despertar.
Os olhos de Leda se fecharam, e como se realmente estivesse sonhando, ela dormiu...para sempre!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O presente...

E, assim, o bobo conheceu seu verdadeiro amigo.Não Ubaldo, o mendigo, mas sim Abimeleque, o filho do Rei.
E o Bobo vai seguindo com a vida, levando ela devagar, sem nada que causasse supresa..
Um dia desses, conversando com Abimeleque, este perguntou:
-Você a ama?
-Quem?,respondeu o bobo.
-Ora, que pergunta mais besta. Leda! Você a ama?
O bobo parou pra pensar. Percebeu que ao lado dela ele era feliz, ele se sentia bem. Ele sentia calor quando estava com frio, e sentia-se seguro quando estava com medo.
Percebeu que o sorriso dela o iluminava numa noite escura, que o seu suspiro era o que o fazia respirar num momento de angústia. E se isso era amar, ele a amava mais que tudo nesse mundo!
-Eu a amo!, respondeu ele.
-Eu já sabia, respondeu Abimeleque sorrindo, por isso trouxe esse presente para você dar a ela.
Então, ele mostrou ao bobo a jóia mais linda que este já vira. Um colar de prata simples, mas que trazia na simplicidade, uma beleza inimaginável, parecia uma serpente prateada, que tinha na sua ponta uma pedra de safira, verde, que brilhava tanto quanto os olhos do bobo ao olhar para ela.
-Onde você conseguiu isso?, perguntou ele.
-Minha mãe não vai sentir falta disso, já tem jóias demais.
O bobo relutou bastante, mas ao perceber que Abimeleque não devolveria a jóia à Rainha, resolveu aceitá-la.
E marcou um encontro com Leda, a fim de entregar-lhe tal jóia...

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Você me perdoa?

Após um tempo pensando e só vendo os lábios de Abimeleque se mexerem, sem ouvir suas palavras, o Bobo voltou a si.
-Você me perdoa?
Foi oque ouviu ele.
-Você me perdoa por ter te enganado. por não ter te dito quem eu realmente era?
O bobo encarou o príncipe por um momento, e pensou em todas as conversas que havia tido com Aba sobre amizade.
-Claro que te perdoo. Amizade não é apenas ser alegre e se divertir, é também perdoar as mentiras dos outros, mas também mostrar que não aceita ser enganado novamente, mostrar que pode ser confiável, e que amigos precisam de um ombro para se consolar, de um abraço para acalmar. E quero te mostrar que posso ser esse ombro, que posso ser esse abraço.
O príncipe sorriu, e chegou mais perto do Bobo.
Este, sorriu também, abraçou o príncipe, e sentiu-se bem. Percebeu novamente como era bom ter amigos depois de deixar o malabarista ir embora.