sábado, 5 de julho de 2008

O circo vai embora

Picadeiro desarmado, coisas arrumadas num canto, animais presos noutro.
O Bobo corre à procura do Malabarista, será que ele já fora embora?
Depois de muito procurar, encontrou o Malabarista sentado num canto escuro, parecia triste. Então o Bobo sorriu, e perguntou:
-Oque é isso amigo, não está feliz de voltar pra casa?
O Malabarista levantou o rosto, sem a preocupação de limpar as lágrimas que corriam pelo seu rosto.
-Meu lugar é aqui, disse ele, perto de você! Aqui é o único lugar no qual consegui conquistar mais que um amigo, te tornastes um irmão pra mim. E mesmo tendo nos afastado um pouco de uns tempos pra cá, o lugar do meu coração reservado às lembranças que vivi junto a ti, está guardado.
Um sentimento estranho tomou conta do Bobo, seu estômago começou a embrulhar. Como pudera fazer o mal a tão amável criatura. Como pudera fazer isso a uma pessoa que gostava tanto dele, e da qual gostava tanto.
Uma sirene tocou, enquanto o pensamento do Bobo voava.
-Chegou a hora de eu ir, falou em tom de tristeza o Malabarista.
O Bobo estava pensando em muitas coisas pra dizer, e acabaria se enrolando caso tentasse pronunciar alguma palavra.
Ao invés disso, deu um abraço forte no Malabarista, um abraço daqueles que diz "pode contar comigo, estarei sempre aqui!". Foi retribuído com duas palavras, que simbolizavam tudo o que ele queria dizer, mas não pensara no modo.
-Seja feliz!, susurrou o Malabarista sorrindo.
Um olhou o outro, um olhar profundo.
Se viraram, e cada um seguiu sua direção. Sabendo que o adeus, era na verdade um até logo.

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