segunda-feira, 24 de março de 2008

Conversa entre seres invisíveis


Lá está o Bobo, no alto da mais alta Torre do Castelo.
Tomando um bom vinho, ele se distrai observando a paisagem, quando um voz sussurra no seu ouvido:
-Ah, que bela paisagem. Eu costumava vir sempre aqui.
O Bobo toma um susto. Ao seu lado, uma cabeça paira no ar, transparente e frágil, mas ao mesmo tempo tão concreta e verdadeira.
-Morei por muitos anos nesse castelo, continuou ele, sei tudo sobre tudo, e tudo sobre todos.
Recuperado do susto, Ele se interessou pela conversa e perguntou ao fantasma o que ele fazia pra passar o tempo quando a tristeza e a solidão invadiam sua mente.
-Eu conversava com os seres invisíveis, dos quais agora faço parte, disse sorrindo. Eles me contavam tudo: as manias dos Reis, os pensamentos das Rainhas, as Fofocas entre as criadas, o que aconteciam nas festas, e, como perguntei a eles, você também pode perguntar a mim. Porém, antes disso, você precisa aprender um pouco sobre amizade.
Antes que Ele pudesse dizer alguma coisa, o fantasma foi desaparecendo, como o vapor d'água que sai de uma chaleira.
De repente Seu rosto começou a ficar quente.
Ele abriu os olhos. Havia adormecido no meio de uma taça de vinho.
Ele sorri, pelo menos por esse momento, enquanto o Sol estica-lhe a face.

Um comentário:

laís disse...

você que escreveu isso? tá simplesmente incrível! tou encantada com teu bom gosto e com a levada do teu texto, isso se foi tu mesmo né. tou falando e nem sei. mas quanto ao bom gosto vale pela escolha do layout, das cores, das fontes, dos filmes e das bandas também. já te elogiei demais, bobo da corte. até outras palavras! beijo